Versos Áureos de Pitágoras
(Tradução de Júlio Maciel)
PREPARAÇÃO :
Aos Deuses imortais sagrado culto rende;
Resguarda o coração. Tua crença defende,
Aos sábios e aos heróis, em preito fervoroso.
Resguarda o coração. Tua crença defende,
Aos sábios e aos heróis, em preito fervoroso.
PURIFICAÇÃO ;
Sê bom filho e bom pai, justo irmão, terno esposo,
Elege amigo teu o que em virtude prima,
Vive com ele e dele te aproxima.
Os conselhos lhe escuta; e se te aconselhando,
O teu amigo for um dia menos brando,
Perdão! Que sobre a fiel vontade – Ó lei severa ! –
A Fortuna fatal, às vezes prepondera.
Dominar as paixões é dom que te pertence:
Tuas loucas paixões subjuga e doma e vence.
Elege amigo teu o que em virtude prima,
Vive com ele e dele te aproxima.
Os conselhos lhe escuta; e se te aconselhando,
O teu amigo for um dia menos brando,
Perdão! Que sobre a fiel vontade – Ó lei severa ! –
A Fortuna fatal, às vezes prepondera.
Dominar as paixões é dom que te pertence:
Tuas loucas paixões subjuga e doma e vence.
2°
Sê castro, sóbrio e ativo. A cólera o semblante
Nunca te ensombre, nunca o mal de seja aceito.
Em público ou sozinho, e como a um semelhante,
A ti mesmo tributa o devido respeito.
Sê castro, sóbrio e ativo. A cólera o semblante
Nunca te ensombre, nunca o mal de seja aceito.
Em público ou sozinho, e como a um semelhante,
A ti mesmo tributa o devido respeito.
3°
Na palavra e na ação sê justo e sê prudente.
Vive – mas não te saia a morte da lembrança;
Nem te esqueças jamais de que o homem facilmente
Perde as honras e os bens que facilmente alcança.
Na palavra e na ação sê justo e sê prudente.
Vive – mas não te saia a morte da lembrança;
Nem te esqueças jamais de que o homem facilmente
Perde as honras e os bens que facilmente alcança.
4°
Se os males que o destino acarreta à porfia,
Nem podes mitigar – não blasfeme o teu lábio;
Suporta-os com prudência e nos Deuses confia,
Que aos Deuses praz valer ao que usa como Sábio;
Se os males que o destino acarreta à porfia,
Nem podes mitigar – não blasfeme o teu lábio;
Suporta-os com prudência e nos Deuses confia,
Que aos Deuses praz valer ao que usa como Sábio;
5°
Adeptos o Erro os tem, como a verdade bela;
O sábio adverte austero, ou aconselha amigo;
Mas, se o Erro vil domina – Ele recua, e vela;
Grava no imo do preito as palavras que eu digo:
Adeptos o Erro os tem, como a verdade bela;
O sábio adverte austero, ou aconselha amigo;
Mas, se o Erro vil domina – Ele recua, e vela;
Grava no imo do preito as palavras que eu digo:
6°
Não tenhas prevenção alguma: Todavia,
Os atos de outrem pesa e a ti mesmo te guia;
Pois que nem todos são exemplo e ensinamento.
Só do insensato é agir sem fim, razão nem tento.
Contempla, no presente, o futuro e o passado.
Faze apenas aquilo em que fores versado.
Instrui-te com vagar, aprende com paciência,
Do tempo e da Constância é que vem a sapiência,
Poupa a saúde, que ela é um tesouro precioso:
Não tenhas prevenção alguma: Todavia,
Os atos de outrem pesa e a ti mesmo te guia;
Pois que nem todos são exemplo e ensinamento.
Só do insensato é agir sem fim, razão nem tento.
Contempla, no presente, o futuro e o passado.
Faze apenas aquilo em que fores versado.
Instrui-te com vagar, aprende com paciência,
Do tempo e da Constância é que vem a sapiência,
Poupa a saúde, que ela é um tesouro precioso:
Ao teu corpo – Alimento, à tua alma – Repouso.
Usa moderação, porque inda mais nocivo
Do que a falta – Resulta, às vezes o excessivo.
Não pratiques o luxo e a avareza também,
Pois só no meio termo é que consiste o bem.
Usa moderação, porque inda mais nocivo
Do que a falta – Resulta, às vezes o excessivo.
Não pratiques o luxo e a avareza também,
Pois só no meio termo é que consiste o bem.
PERFEIÇÃO
1°
Assim que o sol de acorde e calmo te levantes,
Julga as tuas ações como severo juiz.
E ao sono não te dês sem perguntares antes:
– Hoje, em que pensei eu ? E o que foi que fiz ?
Assim que o sol de acorde e calmo te levantes,
Julga as tuas ações como severo juiz.
E ao sono não te dês sem perguntares antes:
– Hoje, em que pensei eu ? E o que foi que fiz ?
2°
Fizeste o bem ? – Persiste. O mal fizeste ? – abstem-te
Ama o conselho meu, medita o que ele ensina.
Se o amares – Eu te juro – E o seguires fielmente,
Poderás atingir a virtude Divina.
Fizeste o bem ? – Persiste. O mal fizeste ? – abstem-te
Ama o conselho meu, medita o que ele ensina.
Se o amares – Eu te juro – E o seguires fielmente,
Poderás atingir a virtude Divina.
3°
Eu te juro por quem o Augusto emblema grava
– A Tétrade sagrada – Em nosso coração.
Mas, primeiro, é mister, do seu dever escrava:
Dos Deuses a alma invoque, ardendo em devoção.
Eu te juro por quem o Augusto emblema grava
– A Tétrade sagrada – Em nosso coração.
Mas, primeiro, é mister, do seu dever escrava:
Dos Deuses a alma invoque, ardendo em devoção.
4°
Sob o influxo, as obras que empreenderes
Terminarás em paz, fugindo o engano rudo.
E, perscrutando a essência aos diferentes seres,
Tu o princípio e o fim conhecerás de tudo.
Sob o influxo, as obras que empreenderes
Terminarás em paz, fugindo o engano rudo.
E, perscrutando a essência aos diferentes seres,
Tu o princípio e o fim conhecerás de tudo.
5°
Verás que a Natureza – O Céu há de mostrar-te –
É em tudo semelhante e a mesma em toda parte.
Conhecendo-te a ti, senhor do teu destino,
Vibrarás sem paixões teu coração no peito.
Homem – verás que são os frutos próprios do homem
A mágoa que atormenta e os males que o consomem;
Porque a origem do gozo, a fonte da ventura
Que em si mesmo possui – Além de si procura.
Bem poucos sabem ser felizes: compelidos
Pelos desejos maus, joguetes dos sentidos,
Como baixel em mar sem fim, por entre pegos,
Assim os homens vão desnorteados e cegos.
Deuses ! Quisésseis Vós valer-lhes de onde estais !
Mas, não: Homem, teu ser provém dos imortais.
Verás que a Natureza – O Céu há de mostrar-te –
É em tudo semelhante e a mesma em toda parte.
Conhecendo-te a ti, senhor do teu destino,
Vibrarás sem paixões teu coração no peito.
Homem – verás que são os frutos próprios do homem
A mágoa que atormenta e os males que o consomem;
Porque a origem do gozo, a fonte da ventura
Que em si mesmo possui – Além de si procura.
Bem poucos sabem ser felizes: compelidos
Pelos desejos maus, joguetes dos sentidos,
Como baixel em mar sem fim, por entre pegos,
Assim os homens vão desnorteados e cegos.
Deuses ! Quisésseis Vós valer-lhes de onde estais !
Mas, não: Homem, teu ser provém dos imortais.
6°
Discerne, por ti mesmo, o Bem e o Mal: conforto
E auxílio te dará a Natureza exemplar.
Homem sábio e feliz, o entre-sonhado porto,
Se cumprires minhas leis, um dia hás de alcançar .
Discerne, por ti mesmo, o Bem e o Mal: conforto
E auxílio te dará a Natureza exemplar.
Homem sábio e feliz, o entre-sonhado porto,
Se cumprires minhas leis, um dia hás de alcançar .
7°
Evita o que perturba a mente e o que a alma esmaga,
Aprimora a razão, esmera os dotes teus,
E tu, transpondo, enfim, a prepulgente plaga,
Tu, entre os Imortais, serás também um Deus !
Evita o que perturba a mente e o que a alma esmaga,
Aprimora a razão, esmera os dotes teus,
E tu, transpondo, enfim, a prepulgente plaga,
Tu, entre os Imortais, serás também um Deus !
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